quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Auto da Barca do Inferno O Filme parte 1

  Grupo de jovens fizeram um filme contando de forma bem humorada, a obra Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Apesar de ser amador, ficou muito bom! Assistam e comentem.

Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente) por Studios Ligtning


Parte 1:



Parte 2:







quarta-feira, 22 de maio de 2013

A Farsa de Inês Pereira



Como uma de suas principais obras, A farsa de Inês Pereira tem um grande destaque na carreira de Gil Vicente.  Na época, muitas figuras palacianas duvidaram que Gil Vicente não fosse o autor legal das peças escritas com seu nome e em vista disso, pediu para que aqueles que o acusavam dessem um tema para que ele pudesse, sobre ele, escrever uma peça. Deram-lhe o seguinte ditado popular como tema: Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube. No auge de sua carreira dramática, sobre este tema, Gil Vicente criou A Farsa de Inês Pereira, respondendo assim àqueles que o acusavam de plágio. A peça foi apresentada pela primeira vez para o rei D. João III, em 1523.

Ao apresentá-la, o teatrólogo português diz: "A seguinte farsa de folgar foi representada ao muito alto e mui poderoso rei D. João, o terceiro do nome em Portugal, no seu Convento de Tomar, na era do Senhor 1523. O seu argumento é que, porquanto duvidavam certos homens de bom saber, se o Autor fazia de si mesmo estas obras, ou se as furtava de outros autores, lhe deram este tema sobre que fizesse: é um exemplo comum que dizem: 

Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube. 

E sobre este motivo se fez esta farsa."

A Farsa de Inês Pereira é também considerada a peça mais divertida e humanista de Gil Vicente. O aspecto humanístico da obra vê-se pelo fato de que a protagonista trai o marido e não recebe por isso nenhuma punição ou censura, diferentemente de personagens de O Auto da Barca do Inferno e O Velho da Horta, que são castigadas por fatos moralmente parecidos.

É uma comédia de caráter e de costumes, que retrata a vida doméstica e envolve tipos psicologicamente bem definidos. A protagonista, Inês Pereira, é uma típica rapariga, leviana, ociosa, namoradeira, que passa o tempo todo diante do espelho, a se enfeitar, tendo em vista um casamento nobre. Por meio dessa personagem, Gil Vicente critica as jovens burguesas, ambiciosas e insensatas. Criticas também na figura de Brás da Mata, o falso escudeiro, tirano e ambicioso, malandro, galanteador, bem-falante e bom cantante, superficial e covarde. As alcoviteiras, alvo freqüente da sátira de Gil Vicente, têm na fofoqueira Lianor Vaz mais um tipo inesquecível da galeria gilvicentina. A classe sacerdotal também é satirizada. Os judeus casamenteiros, Latão e Vidal,  aparecem com seu linguajar e atitudes característicos. Gil Vicente esmera-se em compor o contraste entre Pero Marques, o primeiro pretendente, camponês rústico, provinciano, meio bobo, mas honesto e com boas intenções, e Inês Pereira, calculista, frívola e ambiciosa - uma rapariga fútil e insensata, a quem a experiência acabou ensinando a sua lição de vida.

Acreditando que a atitude da protagonista – expressa, inclusive, a partir de seu discurso - simboliza os valores de um mundo em transição, propiciando uma reflexão acerca das mentalidades medieval e pré-renascentista, nosso estudo propõe uma análise do auto em questão à luz dessa transição, em seus aspectos histórico, social e linguístico, no olhar desse escritor situado entre dois mundos, sobretudo no que se refere ao papel da mulher.

Fonte: www.passeiweb.com   Acesso em: 20/05/2013

Ideologia: Medievalismo, Humanismo e Renascentismo.


Homem Vitruviano - Desenhado por Leonardo da Vinci 


O teatro de Gil Vicente mostra o bifrontismo da época, ou seja, a convivência de resíduos medievais, que apresentavam antecipações renascentistas. A propagação da cultura clássica e do pensamento científico confrontou-se com a intolerância religiosa, onde na metade do século XVI, impôs uma censura bruta. É impossível de acreditar que D. Manuel e D. João II, aceitaram que as obras suspeitas em matéria de fé fossem representadas e aplaudidas pela corte. 
Não se pode duvidar da posição religiosa do dramaturgo, pois ele nunca colocou em dúvida a verdade da fé cristã, “divulgou” a devoção a Nossa Senhora, cria na confissão dos pecados e na existência do purgatório. Com isso ele acabou se afastando da reforma luterana e mostrou uma visão conservadora, teocêntrica e medieval, tanto da sociedade como da vida, realizando assim uma passagem para o Renascimento. 
Ele foi considerado um humanista com grande capacidade de observação e um grande espírito crítico, fazendo com que ele se afastasse do teocentrismo dogmático e lançasse no inferno o frade folgazão do Auto da Barca do Inferno, atacando assim o negócio das indulgências, à atribuição de fenômenos naturais à intervenção direta de Deus, o mundanismo da corte pontifícia, a dissolução dos costumes do clero e o culto supersticioso.
Como ele foi considerado humanista, ele acabou por praticar a tolerância religiosa, representando com muita simpatia o dia a dia de uma família judaica, na sua obra o Auto da Lusitânia, onde enviou uma carta ai rei, defendendo os judeus.
Então, a arte de Gil Vicente aproxima-se da arte manuelina, por causa da combinação de elementos que eram tirados da realidade portuguesa do Quinhentismo e com um traço estruturalmente gótico, em suas obras, como autos e farsas estão: 

1. O medievalismo e o classicismo;
2. Aspectos épicos, líricos e burlescos;
3. As figuras do Velho Testamento e os heróis lendários de Roma e da Grécia;
4. Divindades mitológicas e a Virgem Maria;
5. Anjos, demônios e homens e mulheres;
6. Reis fidalgos, altos prelados e parvos, pessoas que bebiam muito e prostitutas;
7. Nobres orgulhosos e fidalgos decaídos;
8. Judeus, ciganos, mouros, pretos, comerciantes, artesãos;
9. Marinheiros e soldados a caminho do Ultramar;
10. Damas da corte, moçoilas casadoiras, camponesas ingênuas, esposas infiéis, alcoviteiras e caftinas;
11. As festas palacianas e as cantigas e bailados folclóricos;
12. Linguagem culta da elite, a linguagem “caipira” dos camponeses e a linguagem desbocada das ruas;
13. A língua portuguesa, o castelhano, o dialeto saiaguês, o latim eclesiástico e forense, frases feitas, provérbios, imprecações e o linguajar típico de cada grupo social. 

Fonte: www.colegioweb.com.br     Acesso em: 16/05/2013

Classificação de suas obras

Ilustração de Gil Vicente


No teatro de Gil Vicente houve bastantes dificuldades, entre o entrelaçamento de gêneros, formas, fontes, motivos, diversidades formal e temática. Em 1562 foi publicada uma obra que foi organizada pelo filho do autor (Luis Vicente), chamada de A Copilaçam de Todalas obras de Gil Vicente, que classifica suas peças em cinco categorias: 
• Assuntos religiosos (peça de devoção)
• Assuntos com várias composições bem menores (comédias, tragicomédias, farsas e obras meúdas), que passavam por uma censura por não serem aceitas pela sociedade e por ser classificado como obras defeituosas e não atenderem a critérios.
Na obra Gil vicentina, são diferenciados alguns gêneros teatrais por Antônio José Saraiva e Oscar Lopes. 
Vejamos:
a)      Os autos pastoris: Monólogos ou diálogos de pastores à maneira de Juan del Encina.
b)     Os autos de moralidade: Nascimento ressurreição de Cristo que foram diretamente inspirados da Bíblia.
c)      Os autos cavalheirescos: Cenas de episódios sentimentais cavalheirescos, ao gosto da corte.
d)     As farsas: é criado a partir de um flagrante de uma vida típica de uma pessoa, ou sucessão de quadros cômicos que são sem ligação. Ex.: A farsa de Inês Pereira e O Velho da Horta.
e)      As alegorias de tema profano ou fantasias alegóricas:envolvia cenas de farsas, romance e canções.


Os sermões burlescos e os monólogos são ainda diferenciados entre si, entre várias outras. 
Gêneros principais, cronologia e evolução.
Os autos: são inspirados em mistérios e moralidades medievais, com seres não individualizados com própria psicologia, são símbolos que personificam anjos, demônios, virtudes, vícios e etc. Gil Vicente foi acrescentando aos seus autos uma dimensão bastante polêmica e satírica que era unida com a Luxúria, a Avareza o Trabalho e a Comunhão, ou seja, representava toda a sociedade no começo do Renascimento.
As Farsas: são bastante usadas para críticas através do riso, desnudam as mazelas da sociedade pré-renascentista. Retratam os tipos humanos e sociais, por meio da exploração de efeitos cômicos. 


A distribuição cronológica de suas peças:
• Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação (1502)
• Auto Pastoril Castelhano (1502)
• Auto dos Reis Magos (1503)
• Auto de São Martinho (1504)
• Quem Tem Farelos? (1505)
• Auto da Alma (1508)
• Auto da Índia (1509)
• Auto da Fé (1510)
• O Velho da Horta (1512)
• Exortação da Guerra (1513)
• Comédia do Viúvo (1514)
• Auto da Fama (1516)
• Auto da Barca do Inferno (1517)
• Auto da Barca do Purgatório(1518)
• Auto da Barca da Glória (1519)
• Cortes de Júpiter (1521)
• Comédia de Rubena (1521)
• Farsa de Inês Pereira (1523)
• Auto Pastoril Português (1523)
• Frágua de Amor (1524)
• Farsa do Juiz da Beira (1525)
• Farsa do Templo de Apolo (1526)
• Auto da Nau de Amores (1527)
• Auto da História de Deus (1527)
• Tragicomédia Pastoril da Serra da Estrela (1527)
• Farsa dos Almocreves (1527)
• Auto da Feira (1528)
• Farsa do Clérigo da Beira (1529)
• Auto do Triunfo do Inverno (1529)
• Auto da Lusitânia, intercalado com o entremez Todo-o-Mundo e Ninguém (1532).
• Auto de Amadis de Gaula (1533)
• Romagem dos Agravados (1533)
• Auto da Cananea (1534)
• Auto de Mofina Mendes (1534)
• Floresta de Enganos (1536

Fonte: www.colegioweb.com.br   Acesso em: 16/05/2013

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Quem foi Gil Vicente?





Gil Vicente é considerado o primeiro grande dramaturgo português. Além de escrever teatro, também foi músico, ator e encenador. De uma forma geral é considerado o pai do teatro português ou até mesmo do teatro ibérico. A data de seu nascimento é incerta, mas especula-se que tenha sido por volta de 1465 em Guimarães, tendo seu falecimento por volta de 1536 em um local desconhecido.
Ourives e também mestre da balança Casa da Moeda de Lisboa, iniciou seu teatro 1502, quando na noite de 7 de Junho, recitou o Monólogo do Vaqueiro, no quarto de D. Maria de Castela, segunda esposa de D. Manuel e filha dos reis católicos D. Fernando e D. Isabel, para saudar o nascimento de D. João III, que havia acabado de nascer.   
Autor de mais de quarenta peças, Gil Vicente ficou conhecido pela qualidade de suas obras. Durante 34 anos, Gil Vicente produziu textos teatrais de temas e estruturas variados e algumas poesias. Ao todo foram 46 peças, e entre elas 11 em Castelhano e 16 bilíngues.